Camomila
6 produtosÓleo essencial de Camomila
Quando pensamos em camomila, logo lembramos daquele chá quentinho antes de dormir, não é? O óleo essencial dessa planta delicada, porém, vai além do efeito calmante. Existem duas espécies principais que produzem óleos com características únicas: a Chamaemelum nobile (camomila-romana) e a Chamomilla recutita (camomila-alemã ou germânica). Cada uma tem seu próprio aroma. A romana é suave, herbácea e levemente doce, lembrando maçã verde e mel. A alemã tem um aroma mais intenso e profundo, além de uma cor azul vibrante que se destaca.
Não é só no cheiro que elas diferem. A camomila-romana, típica do Mediterrâneo, tem uma doçura quase afetiva; já a camomila-alemã, comum no centro e no norte da Europa, aparece mais intensa, mais presente. Os óleos costumam ser obtidos por destilação a vapor das flores, colhidas bem no começo da floração, quando os compostos aromáticos estão no auge. Há também uma técnica mais recente, a extração com CO₂ supercrítico, que preserva melhor componentes delicados e rende um óleo mais concentrado — especialmente no caso da camomila-alemã.
História e Origem
A camomila acompanha a gente faz muito tempo. No Egito antigo, ela era vista como uma planta sagrada, ligada ao deus Sol, e aparecia tanto em rituais quanto nos cuidados do dia a dia. Gregos e romanos também sabiam do seu valor: Hipócrates, o "pai da medicina", indicava para febres e desconfortos digestivos, e os romanos chegavam a espalhar camomila no chão das casas para perfumar o ambiente e afastar insetos.
A partir do Mediterrâneo, a planta ganhou a Europa, se adaptou a diferentes climas e virou presença comum nos jardins medicinais de mosteiros e casas de campo. Na Idade Média, estava entre as "ervas nobres" mais queridas, usada em chás e em infusões para banhos relaxantes. Curiosamente, muita coisa que se fazia lá atrás — como acalmar a mente, aliviar tensões e cuidar da pele — continua em uso hoje, agora com respaldo científico. É a tradição caminhando junto da pesquisa moderna, o que ajuda a explicar por que o óleo essencial de camomila é tão estudado e valorizado na aromaterapia atual.
Informações essenciais
Nome científico: Chamaemelum nobile (sinônimo: Anthemis nobilis L.) refere-se à camomila-romana, enquanto Chamomilla recutita refere-se à camomila-alemã. Ambas pertencem à família Asteraceae.
Região nativa: A camomila-romana é nativa da Europa Ocidental, sobretudo da região mediterrânea, onde prefere solos bem drenados e clima ameno. Já a camomila-alemã surgiu no centro e no norte da Europa, acostumada a temperaturas mais frias. Hoje, as duas são cultivadas em vários lugares do mundo — como América do Norte, Austrália e partes da Ásia.
Método de extração: Na destilação a vapor, usam-se flores frescas ou secas. O rendimento é baixo, em torno de 0,2% a 0,7% do peso das flores, então é preciso muita matéria-prima para conseguir pouco óleo — daí o preço mais alto. Há também a extração por CO₂ supercrítico, feita a temperaturas mais baixas (cerca de 40–60 °C), que preserva melhor compostos sensíveis ao calor, como o camazuleno. O resultado é um óleo de azul mais intenso e com aroma mais próximo ao da flor fresca.
Curiosidades
- O nome "camomila" vem do grego khamaimēlon — "maçã da terra". Os gregos a chamaram assim porque o aroma suave da planta lembrava maçãs maduras caídas no chão, um jeito poético de notar a doçura dessa fragrância.
- A colheita das flores precisa ser no ponto certo: no comecinho da floração, quando compostos como α-bisabolol e camazuleno estão no auge. Antecipar ou atrasar a colheita pode render um óleo menos potente e menos aromático.
- O azul intenso do óleo essencial de camomila-alemã chama atenção. A cor vem do camazuleno, formado durante a destilação: o calor transforma precursores presentes nas flores, e é nesse processo que a tonalidade aparece.
- Os métodos de extração mudam bastante o perfil do óleo. A destilação a vapor tradicional entrega um resultado equilibrado; já a extração por CO₂ supercrítico, em temperaturas mais baixas, preserva melhor os componentes delicados, aproximando o aroma da flor fresca e elevando a concentração de princípios ativos.
- Na perfumaria, a camomila entra como nota de coração, fazendo a ponte entre fragrâncias mais leves e mais encorpadas. Ela harmoniza e suaviza misturas, trazendo uma sensação de conforto olfativo.
Principais propriedades
A camomila-romana tem um cheiro manso, entre ervas e flores, com um doce discreto que lembra maçã verde e um toque de mel. É aquele perfume que abraça e acalma. No plano químico, é rica em ésteres — especialmente o acetato de bornila —, ponto que ajuda a trazer a sensação de leveza e tranquilidade.
Já a camomila-alemã chega mais intensa e complexa. O aroma é herbáceo, com nuances frutadas e de terra úmida, e a cor azul-esverdeada típica aparece por causa do camazuleno, formado durante a destilação. Esse composto responde por uma ação calmante mais evidente, tanto para a pele quanto para o estado emocional.
Quando bem diluídos, os dois óleos ficam leves ao toque e a pele absorve com facilidade. No uso prático, a camomila-romana costuma ser a escolha para aplicações delicadas e para crianças, sempre com orientação profissional. A camomila-alemã, por sua vez, é preferida quando se busca um efeito mais potente na pele ou em momentos de maior tensão emocional.
Principais benefícios
- Cuidados com a pele: No óleo essencial de camomila-alemã, compostos como α-bisabolol e camazuleno ajudam a diminuir a inflamação; quando bem diluído, costuma aliviar pele sensível, avermelhada ou irritada (McKay & Blumberg, 2006). Esses componentes também parecem favorecer a regeneração, acelerando a cicatrização de ferimentos sutis, arranhões e áreas ressecadas — é como dar um empurrão no reparo natural da pele (Srivastava, Shankar & Gupta, 2010). Para quem tem pele reativa, fórmulas tópicas em baixas concentrações tendem a reduzir a vermelhidão e aquela coceira incômoda (Charousaei et al., 2011). Cada pele reage de um jeito: antes de usar qualquer produto novo, vale fazer um teste de contato e manter a diluição adequada.
- Bem-estar emocional e relaxamento: Se você já tomou um chá de camomila antes de dormir, sabe bem aquela sensação de sossego que vai chegando aos poucos. Com o óleo essencial, esse efeito fica mais concentrado e pode aparecer só de sentir o cheirinho. Há estudos sugerindo que a inalação do vapor de camomila ajuda a diminuir a ansiedade e traz uma sensação real de calma (Mao et al., 2016). A explicação provável é que alguns compostos aromáticos da planta, como certos ésteres e sesquiterpenos, parecem conversar com receptores do nosso sistema nervoso, sobretudo os ligados ao GABA, que têm tudo a ver com relaxamento e redução da tensão (Amsterdam et al., 2009). Em outras palavras, o óleo pode dar uma mão quando a mente está acelerada. No dia a dia, muita gente usa camomila no difusor do quarto para criar um clima mais tranquilo antes de dormir. Outros preferem pingar algumas gotinhas no banho morno do fim da tarde. É uma opção suave, prática de usar, que pode apoiar o relaxamento natural do corpo.
- Pesquisas em andamento: A ciência segue investigando o que mais a camomila pode oferecer. Por enquanto, a maior parte do que se sabe vem de estudos pré-clínicos — feitos em laboratório, sem participação de pessoas. Nesses testes, alguns componentes menos conhecidos do óleo essencial, como o spathulenol, têm mostrado possível ação neuroprotetora em modelos de estresse oxidativo. Há também equipes avaliando extratos de camomila-alemã em fórmulas voltadas para problemas de pele, como eczema e dermatite atópica. Ainda assim, não há conclusões firmes. Em síntese: os resultados são promissores, mas precisamos de evidências mais robustas e, principalmente, de ensaios clínicos em humanos antes de afirmar benefícios terapêuticos com segurança. Se você pensa em usar óleos essenciais como parte do tratamento de uma condição específica, converse com um profissional habilitado — médico, aromaterapeuta certificado ou outro profissional de saúde — para receber orientação personalizada e segura.
Componentes ativos principais
- α-bisabolol: contribui para o efeito calmante e para a sensação de conforto na pele. Tem um aroma suave, levemente adocicado, e é um dos responsáveis pela delicadeza aromática da camomila.
- Camazuleno: O componente que dá a cor azul característica à camomila-alemã. Formado durante o processo de destilação, traz aquela ação mais robusta de acalmar irritações e desconfortos na pele.
- Acetato de bornila: presente especialmente na camomila-romana, que confere leveza ao aroma e contribui para a sensação de relaxamento quando inalado.
Combinações harmônicas
A camomila é ótima para criar combinações aromáticas. Por ter um perfil floral-herbáceo delicado, combina bem com vários tipos de fragrâncias, desde cítricos suaves até amadeirados leves e acolhedores. Ela ajuda a harmonizar misturas, suavizando notas mais fortes e dando profundidade às mais simples.
- Criar uma atmosfera de relaxamento e preparo para o sono: A camomila combina lindamente com lavanda, laranja-doce e ylang-ylang. Essa mistura cria um convite olfativo ao descanso, perfeita para difundir no quarto cerca de 30 minutos antes de dormir ou para usar em um banho noturno. A lavanda traz seu toque herbáceo e floral, a laranja adiciona uma doçura reconfortante, e o ylang-ylang oferece uma nota levemente exótica que completa a composição.
- Para cuidados com a pele sensível ou irritada: em formulações tópicas bem diluídas, a camomila harmoniza-se maravilhosamente com gerânio, óleo vegetal de rosa mosqueta e, em concentrações muito baixas, tea tree (melaleuca). O gerânio adiciona um toque floral equilibrado e também traz suas próprias propriedades para a pele; a rosa mosqueta oferece nutrição profunda como óleo carreador; e o tea tree, usado com parcimônia, pode complementar quando há necessidade de limpeza mais profunda.
- Criar um ambiente sereno e acolhedor: experimente misturar camomila com bergamota, sândalo ou vetiver. A bergamota traz um toque cítrico suave, o sândalo adiciona profundidade amadeirada e o vetiver oferece uma base terrosa. Essa combinação é adequada para espaços de trabalho tranquilos, práticas de yoga ou meditação, ou para criar um ambiente relaxante em casa.
Cuidados & Segurança
Contraindicações e cuidados
- Alergias (família Asteraceae): se você é alérgico(a) a margaridas, crisântemos, calêndula ou ambrósia, evite a camomila — pode ocorrer reação cruzada.
- Gravidez e amamentação: consulte um profissional de saúde antes de usar qualquer óleo essencial, incluindo camomila. Não há contraindicações absolutas bem estabelecidas, mas cada caso é único.
- Uso em crianças (≥ 2 anos): pode usar, porém com cautela. Diluições bem baixas (0,25–0,5%) e nada de aplicar perto do rosto (nariz e boca).
- Bebês e < 2 anos: só usar após orientação de um aromaterapeuta ou pediatra.
- Condições médicas e tratamentos: se você tem algum problema de saúde ou faz uso de medicamentos, converse com seu médico ou um aromaterapeuta certificado antes de incluir óleos essenciais na rotina.
- Teste de contato (sempre!): dilua 1 gota do óleo em 1 colher de chá de óleo vegetal e aplique um pouco na parte interna do antebraço. Aguarde 24 horas e observe se há vermelhidão, coceira ou irritação.
Orientações de diluição
Óleos essenciais são extremamente concentrados e nunca devem ser aplicados puros diretamente na pele (salvo raríssimas exceções e sob orientação profissional). Aqui estão algumas diretrizes conservadoras e seguras:
- Corpo (adultos): dilua entre 1% e 2% em óleo vegetal. Isso significa aproximadamente 6 a 12 gotas de óleo essencial para cada 30 ml de óleo carreador (como óleo de jojoba, amêndoas doces ou semente de uva).
- Uso facial: seja ainda mais cauteloso, usando entre 0,5% e 1% (3 a 6 gotas para 30 ml de óleo vegetal).
- Peles sensíveis ou durante o primeiro uso: comece com diluições mais baixas, entre 0,25% e 0,5% (1 a 3 gotas para 30 ml).
- Para crianças acima de 2 anos: use no máximo 0,5% a 1%, sempre sob supervisão de um adulto.
- Para difusão aromática: use 3 a 5 gotas em um difusor adequado, em ambientes bem ventilados. Difunda por períodos de 30 a 60 minutos, fazendo pausas, especialmente se houver crianças, idosos ou animais de estimação no ambiente.
Essas são orientações gerais. Como cada pessoa pode reagir de forma diferente, o mais seguro é começar com uma quantidade menor e observar como seu corpo responde antes de aumentar a concentração.
Como armazenar
Para que seu óleo essencial de camomila mantenha suas propriedades por mais tempo, o armazenamento adequado é fundamental. Guarde sempre em frasco de vidro âmbar (aquele vidro escuro que protege da luz), bem fechado, longe de raios solares diretos, calor e umidade.
Um armário ou gaveta frescos, longe do fogão e de janelas ensolaradas, é ideal. Evite deixar o frasco aberto por períodos prolongados, pois o contato com o ar pode oxidar alguns componentes e alterar o aroma e as propriedades do óleo. Quando bem armazenado, o óleo essencial de camomila pode durar de 2 a 3 anos, mantendo sua qualidade e eficácia.
Uma dica prática: anote a data de abertura no rótulo do frasco. Assim você consegue acompanhar há quanto tempo está usando aquele óleo e saber quando pode ser hora de renovar seu estoque.
Conteúdo informativo. Procure orientação profissional em caso de condições de saúde, gestação, lactação ou uso em crianças.
Combinações e evidência (notas rápidas por quimiotipo)
- Camomila-romana (Chamaemelum nobile): Rica em ésteres, especialmente acetato de bornila. Perfil mais suave e delicado, indicada para uso com crianças (sob orientação) e para aplicações que requerem gentileza aromática. Combina bem com lavanda, bergamota e cítricos suaves.
- Camomila-alemã (Chamomilla recutita): Destaca-se pelo camazuleno (formado na destilação), que confere a cor azul característica e ação mais robusta sobre a pele. Rico em α-bisabolol. Indicada quando se busca efeito mais intenso em formulações tópicas ou para apoio emocional em momentos de maior tensão. Combina bem com gerânio, rosa mosqueta e tea tree (em baixas concentrações).
- Evidências científicas: Estudos demonstram efeitos calmantes (Amsterdam et al., 2009; Mao et al., 2016) e benefícios para pele sensível e irritada (McKay & Blumberg, 2006; Srivastava et al., 2010; Charousaei et al., 2011). Pesquisas continuam explorando potencial neuroprotetor de componentes como spathulenol, mas são necessários mais ensaios clínicos em humanos.
Observação botânica
As duas espécies principais de camomila — Chamaemelum nobile (camomila-romana) e Chamomilla recutita (camomila-alemã) — pertencem à família Asteraceae e compartilham algumas características, mas também apresentam diferenças marcantes. A camomila-romana é uma planta perene, de porte baixo (até 30 cm), nativa da Europa Ocidental, especialmente da região mediterrânea. Suas flores são solitárias, com pétalas brancas e centro amarelo, e exalam um perfume suave que lembra maçã verde. Já a camomila-alemã é uma planta anual, que pode alcançar de 15 a 60 cm de altura, originária do centro e norte da Europa. Suas flores também são brancas com centro amarelo, porém com um aroma mais intenso e complexo. Ambas são cultivadas comercialmente em diversas partes do mundo, e a colheita das flores deve ocorrer no início da floração para garantir a máxima concentração de compostos aromáticos e terapêuticos.
Nosso compromisso
Oferecemos apenas produtos veganos e não testados em animais. Nossas embalagens são biodegradáveis e não contêm plástico de uso convencional. Compensamos 100% dos resíduos sólidos das entregas por meio do programa Eureciclo, em conformidade com a legislação vigente, e cuidamos de cada etapa da produção com responsabilidade. Nosso compromisso é tornar nossa pegada ecológica positiva e inspirar sustentabilidade em cada detalhe.
Referências
Amsterdam, J. D., Li, Y., Soeller, I., Rockwell, K., Mao, J. J., & Shults, J. (2009). A randomized, double-blind, placebo-controlled trial of oral Matricaria recutita (chamomile) extract therapy for generalized anxiety disorder. Journal of Clinical Psychopharmacology, 29(4), 378-382.
Charousaei, F., Dabirian, A., & Mojab, F. (2011). Using chamomile solution or a 1% topical hydrocortisone ointment in the management of peristomal skin lesions in colostomy patients: Results of a controlled clinical study. Ostomy Wound Management, 57(5), 28-36.
Mao, J. J., Xie, S. X., Keefe, J. R., Soeller, I., Li, Q. S., & Amsterdam, J. D. (2016). Long-term chamomile (Matricaria chamomilla L.) treatment for generalized anxiety disorder: A randomized clinical trial. Phytomedicine, 23(14), 1735-1742.
McKay, D. L., & Blumberg, J. B. (2006). A review of the bioactivity and potential health benefits of chamomile tea (Matricaria recutita L.). Phytotherapy Research, 20(7), 519-530.
Srivastava, J. K., Shankar, E., & Gupta, S. (2010). Chamomile: A herbal medicine of the past with bright future. Molecular Medicine Reports, 3(6), 895-901.





